Caminhos

Posted in Uncategorized on Junho 16, 2010 by sterika

Há caminhos inesquecíveis. Você pode evita-los, pode não pensar neles, desejar jamais percorrê-los, mas não se esquece. Uma determinada rua, uma cidade, um prédio, sejam ruas de verdade ou aquelas trilhadas na nossa personalidade, nas nossas fraquezas… Caminhos, lugares por onde passamos ou  em alguns casos que jamais devíamos deixar de percorrer.

Ela sabia o caminho, sabia que no momento em que decidisse voltar não se perderia, não teria dúvidas. Uma trilha íngreme, um lugar escondido no meio da cidade,  um pouco acima dos prédios,  um lugar de vista espetacular, melhor que a ponta do prédio de Spiderman, mas chegar lá requer conhecimento, requer instinto e acima de tudo muita coragem.

A dor é insuportável, não mais do que as dúvidas, do que os pensamentos atordoantes. Ela sabe que não vai ouvir muito, sabe que encarar aquele olhar será a mais insuportável situação… Acha que sabe tantas coisas !

Enquanto percorre o caminho relembra momentos de uma vida que nem parece mais dela, aquela moça sorrindo, aqueles sonhos antes de dormir, aquela paz,  a impressão é que nunca havia vivido aquilo. Somente percorre aquele caminho com algo nos braços e um discurso na ponta da língua. As pessoas se afastam quando ela passa, a julgam, a evitam, outras dão uma esmola de lição de moral… E ela pensa “ Será que pra chegar lá tenho mesmo que conviver com estas pessoas?” Pensa em voltar, pensa em ficar olhando ao longe, pensa só em ouvir atrás da porta…Porém a porta está sempre aberta , não dá pra não ser visto. E na madrugada de um dia agonizante ela sobe a última escada de incêndio , olha aquele velho galpão num telhado esquecido em algum lugar do universo. A  fresta da porta deixa ver a luz acesa e umas risadas indicam que há algumas pessoas ali.  Pessoas !!! Ah não!!! Ela encosta na parede e respira ofegante, não sente mais os braços, sua boca está seca  e uma vontade de chorar chega  a dar nó na garganta, então ela abraça seu embrulho e chora… Sabe que não será fácil e que não tem razão nenhuma, não haverá justificativas, nem conversa, enquanto ela se recupera , as risadas cessam,  a porta está mais aberta e ela percebe que é o momento. Fica de pé, recupera o emocional  e vai até a porta.

Ela vê aquele laboratório, tudo funcionando freneticamente. A bancada onde por vezes ela riu, brincou, chorou…Nada parecia ter mudado, se não a cor das cortinas. E pra dar o primeiro passo?E pra conseguir entrar ali, se não era bem vinda… Foi quando sentiu alguém ao seu lado:

– Melhor entrar, está frio aqui fora.

Ela não disse nada,  estava arredia, entrou devagar, não tocou em nada, mas quando viu aquela pessoa debruçada num microscópio, sentiu seu coração no ouvido. Ele veio até ela deslizando com sua cadeira e parou encostado na bancada. Aqueles olhos, aquele jeito de mexer na barba, parecia bravo. Muito sério. Ela sentiu vontade de sumir dali, sabia que não era uma boa idéia, ela havia passado de todos os limites , foi quando ele virou-se e pegou duas xícaras de chá, “ Melissa bem docinho…Já está quase frio, você demorou pra entrar, tome!”- Atitudes de amor, elas desmontam, elas tem o poder de modificar o universo. Ela não podia pegar a xícara, suas mãos estavam ocupadas. Em toda sua inferioridade não sabia como dizer tudo que estava em nó na sua garganta: “Melissa é o seu preferido não?” – Ela confirmou com a cabeça enquanto ele se levantou e foi pra bem perto dela:

“ Não quer o chá?”- Ela tinha que falar, precisava …Foi quando  aquele rapaz entrou pelo laboratório todo animado,  e tocando os ombros dos dois, formando um elo, disse:

– Você não quer retirar este casaco? Se não quer o chá Papai fez também umas coisas preferidas pra comer e pra que você não se preocupe fez até uma mamadeira !

Pela primeira vez em alguns anos, sentiu um calor de bem estar percorrer seu corpo, sentiu o nó de sua garganta se desfazendo e percebeu que não era ela quem era a sábia ali:

– Vim trazê-lo ! E mostrou um bebezinho embrulhado em trapos, e que em sua exaustão ia coloca-lo na bancada quando  rapaz disse:

– Dá ele aqui ! Vou trocar estas roupas e posso dar um banho?

Ela balançou a cabeça e olhou fixamente para aquele que estava diante dela, pegou o chá e se sentou:

– Ele enlouquece com crianças, tem um cuidado com elas !- E sem mais rodeios , antes que sua coragem se fosse:

– Me perdoe, por favor, Pai !  – Existem palavras que são como flores ao vento, orvalho pela manhã…Ele parou, deixou o copo de chá, seus olhos encheram de lágrimas e abriu os braços que acolheram a humanidade :   – Sim, eu perdôo !

O abraço não aconteceu, porque ela tirou o casaco e ali estava um corpo mutilado, chagas, deformidade, sangramentos e ela caiu num choro dolorido, choro de quem abafa a dor por muito tempo. O Pai segurou em suas mãos e disse :

– Eu posso curar isto! E chorou mais ainda, e abafou seu choro naquele avental branquinho. E o Pai sorriu, sorriu porque ela chorava no ombro certo, no lugar certo. O rapaz voltou com o bebê e com uns remédios, começaram uns curativos enquanto discutiam com quem ele se parecia e então ela não quis adormecer pra não perder aquela cena, mas o cansaço foi maior e ela foi adormecendo e fechando os olhos diante daquilo que ela sempre sonhou… O Pai embalando seu bebezinho e contando pra ele aquelas velhas histórias sobresua criação do  mundo.

 

Inspiração!!

Posted in Uncategorized on Junho 9, 2010 by sterika

Leornado da Vinci pintou uma única   Monalisa,  Shakespeare só escreveu um único Hamlet, podem aparecer versões, mas da mão do artista saiu somente uma unica obra.  Existem pessoas que só de serem observadas deixam nítidas tal singularidade. Únicas, singulares,  sem precedentes ! Provas da existencia de Deus.

Mal ele sabia quando  e o quanto era observado, mas era impossível tal extravagância não ser notada.  Algumas pessoas  nos ensinam mesmo sem dizer nada.  Autentico, dedicado,  amigável, impestuoso, simpático. Sempre ativo, absolutamente compenetrado no que faz. Não desvia o olhar, não muda o foco, não parece se cansar.

Não sorri.

Com a destreza  do Prático e a sutileza do Tio Patinhas constrói e organiza, aposta numa nova etapa da vida e se diz completamente tranquilo interiormente. Se você cortar o braço dele sangra comprometimento.

Mas parece que tudo que ele é se refere ao seu trabalho. Penso…será desculpa pra relacionamentos superficiais? Será que seu coração ama tanto o que faz,que não existe dualidade? Será falta de um grande amor? (eca!! Visão romantica e idiota!)

Procuro entender certas razões, e acredito que esta singularidade se deve a um fator essencial, você saber qual é o seu lugar, você entender que é realmente bom em alguma coisa e executá-la,  entender pra que lado é o passo da dança, como monta aquela peça, como se escreve tal palavra, como se resolve teoremas. Pra uns tão simples, pra outros não.

Temos habilidades e usá-las faz de nós mais fortes e admiráveis.   Tem gente que encontra seu lugar facilmente, como ele, mas outros penam tentando ser o que não são (como eu).  Cruzar com tal pessoa é  se sentir absolutamente invisível diante de tais responsabilidades, aliás faz de mim invisível.

Por estas coisas não me canso de observar e por mais que  seja difícil uma aproximação,  sinto-me privilegiada por poder ver algo tão lindo que Deus criou. Um homem único que sabe o seu lugar e inspira seus admiradores.

Mais que um rostinho bonito!!

Posted in Uncategorized on Junho 2, 2010 by sterika

 Adoro a idéia de passar por tudo na vida…Aquela idéia de que carro velho e chifre todos terão um dia, experiências, momentos únicos.

Eu levei a sério aquela história “do que eu realmente seria capaz”, mandei uns emails, anotei umas idéias, mas sabia que muitas seriam remotas. Ninguém ligaria de volta, seria somente uma tentativa. Mas ligaram.

Um agência de modelos ( contenha o riso), isto mesmo,  me chamaram pra uma avaliação. No início eu pensei que iria escrever sobre isto, sobre o fato de ter sido chamada, mas me deparei com uma coisa ainda mais fascinante de ser observado : O preconceito. Este sentimento que existe em todos, principalmente em nós.

Fui recebida na agência por uma moça ocupada, que me deu uma ficha pra preencher. Me sentei entre um rapaz bombadinho e duas garotinhas. Só pensava em o quanto era ridículo tudo isto na minha idade, o quanto era triste pra mim andar pela vida sem ter um rumo certo. Puro preconceito meu.  Quis ir embora, dai pensei “Ninguém me conhece mesmo!”

Quando subi as escadas fui direcionada a uma produtora, linda! Simpática e direta no assunto. Me ouviu e não riu de mim, não me disse “Hei, mamãe volte pra pia de louça!”. Não falou:”  sinto muito , mas ….” Foi tudo amigável e profissional e de repente a piadinha de Modelo aos 30, não era tão engraçada e eu percebi como o preconceito é horrível.

Voltei pra casa pensando muito, sem uma resposta, mas pensando… Todos possuem dentro de si algo brilhante, e se em uma foto você conseguir mostrar isso, você estará exaltando a Deus. O mais engraçado é que as duas mocinhas ao meu lado na recepção cantavam um louvor sobre ” Jesus ter a hora perfeita”. Sem dúvida Deus estava naquela agência.

Ao nosso redor existe uma grande nunvem de testemunhas, aqueles que te apoiam, os que te ignoram, os que te ridicularizam e cabe a você escolher a quem você dará razão. Vermes de preconceito poderam sugar  sua motivação e te fazer acreditar que  tudo não passa de uma perda de tempo, e isto não acontecerá somente com carreiras como esta, não bastará ser fotogenica, bonita e útil para o mercado, terá que existir uma quebra de conceitos e opiniões, porque tudo depende unicamente da sua disposição em conquistar alguma coisa.

Passei na avaliação, por algum motivo a produta me achou relevante e agora ? Será que sou capaz disto?  Será que vou conseguir  me impor e enfrentar as barreiras da timidez, das finanças e do preconceito? A agência foi completamente diferente do que eu imaginava, foi muito receptivo e entendi que é mais do que uma questão de beleza, é pura força de vontade… E eu espero viver tudo que eu conseguir nesta experiência excêntrica.

Vale lembrar que a Cinderela só foi ao baile porque sua motivação era maior do que seu preconceito e ela virou princesa, casou e tal…Será que eu consigo uma fotinho em algum lugar por aí ?!

Adrenalina

Posted in Uncategorized on Maio 27, 2010 by sterika

Um corpo vivendo… Aparelhos.  Silêncio.Frio.

Uma vida que não fazia barulho, nao aglomerava multidões, nem servia de exemplo, apenas o ritmado pulsar artificial, olhos fechados, pulso fraco. Comida? Tanto faz. Roupas? Tanto faz. Tudo, tanto faz!

Mas um dia, alguém apareceu, piscou, surgiu. E trocou o remédio, aquele dia que começou como todos os outros, dia ordinário,  cheio de nada e repleto de incerteza, alguém esteve lá.

No soro da realidade insossa injetaram adrenalina e num susto aquele corpo pulou, olhos abriram, coração bateu,  rápido, rápido e cada vez mais rápido, tão forte que sentia-se no ouvido, então sentiu falta de ar e sentou na cama. Arrancou tubo, agulhas, tudo e pensou  “Estou viva!”. Olhou pernas e mãos, olhou em volta, saltitou até o espelho, sorriu e sussurou “Estou viva!”. Olhou a seu corpo, ajeitou o cabelo e sorriu…Era como se em muitos anos não houvesse um menor fio de esperança , pensava repetidamente “Estou viva!!!!!!” Como se isto fosse proibido.

O inesperado trouxe de volta quem ela realmente era.

O problema é que coisas assim são momentaneas, uma gota no chão árido, a água que não sacia, precisava saber quem esteve ali. Correu pra cama, olhou o soro, leu as anotações…Pensou em fugir, abraçar a chance incerta e ir, mas não. Tinha que ter isto como permanente. Voltou ao espelho e sorriu, prendeu os cabelos, passou batom…Abriu a janela e sentiu o vento… Respirou como se fosse levar o ar de lembrança…Aquela euforia era ela, aquela graciosidade, aquele sangue quente, aqueles desejos.

Estava viva, sentia o medo, sentia a alegria, sentia a necessidade, viu uma seringa no chão perto da cama, líquido amarelo, segurou-a contra o peito como se a abraçasse, percebeu uma pegada, pés adrenalisticos, mãos que acenderam a vida, tocou a pegada como forma de agradecimento e pretendia segui-la com todo amor de seu ser, até que ouviu  um barulho…

Pulou pra cama e deitou-se como costumeiramente, hora da visita. Ouviu a mesma voz de todos os dias, sorrindo com outras pessoas que conversavam, sentaram-se naquele quarto, completamente a vontade, falavam de muitas coisas, e nem perceberam nada… Ela queria gritar “ESTOU VIVA!”, queria rir do susto que levariam, queria pular e sair correndo com a bunda de fora naquele corredor, pois sentia a vida pulsar em si mesma. Queria encontrar as mãos que simplesmente apareceram. Até que alguém olhou pra ela e disse : “Está sem o tubo ?”, “Não acredito!” – Rapidamente introduziram a respiração artificial ,colocaram novamente o soro e a visita pode alisar aquele corpo inerte e se sentir seguro.

Ao final ele olhou bem pra ela e comentou : Algo está diferente?!- Todos pararam. Dizia do cabelo, do rubor na face, do batom? (Ela ainda resistia em manter a consciencia).  Respondeu alguém “Deve ser a janela que está aberta!”

“Sim, com certeza é a janela”.

E volta a vida a mesma rotina agonizante

Do que sou capaz!!

Posted in Uncategorized on Maio 18, 2010 by sterika

Hoje fui ao psiquiatra. Dr Aloisio, gente boa…me chama de menina louca, não ligo. Ele me disse hoje “Você precisa descobrir o que é capaz de fazer”.  Ser capaz é difícil, ainda mais pra quem já andou pelo esgoto da depressão.  Ao invés de ficar sofrendo diante de um trabalho que me levou a esta estafa, eu poderia descobrir outra coisa que me tornasse capaz de voltar a ser quem eu era. Será que vou morrer de fome ou de vergonha?

Não consigo estar naquela escola, me dá panico, vergonha e fujo de tão incapaz que me sinto, porque a última coisa que faço ali é ensinar.

Do que sou capaz então? Será que não tenho nenhuma outra habilidade? Pras pessoas ditas normais, isto pode parecer estranho, mas pra quem já viveu ou vive o que estou passando, sabe a tamanha difculdade que é encontrar-se de novo. Então surgiu uma idéia: Vou tentar, entenda bem, tentar, viver  experiências, buscando algumas habilidades, coisas que eu jamais faria, se não fosse o efeito da rispiridona.

Vou registrar tudo e postar aqui, e quem sabe descobrir que eu posso deixar pra trás isto que me destruiu e começar uma brilhante carreira profissional, acima de tudo FELIZ.

E pro meu coração que é sonhador quem sabe inspirar pessoas a buscar também suas habilidades e vencer e jamais passar vergonha novamente.

Bem… Aceito idéias pois não sei por onde começar…Talvez cozinhar uma receita de um Chef…Aquelas que o prato parece uma arte, talvez  trabalho voluntário numa creche… Me ajude se estiver lendo isto !!!

Bjo

Pergunte direito!

Posted in Uncategorized on Maio 17, 2010 by sterika

 

Ela me perguntou assim, na cara dura, sem fazer rodeios, apesar de todo tempo que a gente não se via, mesmo com tantos assuntos a  serem postos em dia, ela não hesitou. Regurgitou uma pergunta que devia estar fermentando:

“ Você já traiu?”

Eu pisquei, dei mais uma mastigada no chiclete, e pedi detalhes:

“Como assim? “

O ônibus balançou, fez um barulho e ela depois que a pessoa sentou no banco lá no fundo repetiu:

“Se sentiu atraida , se apaixonou?Já traiu?”

Consciente do que estas perguntas significavam, sabendo que diante de mim estava alguém em crise, que não sabia exatamente o que fazer, não fui gentil, não facilitei:

“ SIM !”

Pessoas são estranhas, o olhar dela mudou, o sorriso saiu da face, os olhos perderam a docilidade, e de repente eu passei de juiz para réu. Se esqueceu que quem estava em conflito era ela, e com a voz mais preconceituosa, me questionou:

“Sacanagem, hein! Você diz assim, numa boa! Não tem vergonha, e seu marido ? Seu filho?”

Perguntar pode, sentir pode e até fazer é viável, mas assumir, ahhh isso é sacanagem! Eu sorri  cinicamente para aquele ser , minha amiga que eu tanto amo, deformada por uma hipocrisia ordinária, envolta num conflito ético, entre ser fiel á um Ogro insensível ou se envolver com uma nova oportunidade e eu é quem to na berlinda:

“Traí meus valores pra agradar  alguém, me atraí por um momento especial, por palavras de afeto, me apaixonei pela sensação de estar viva, vivi mais historias do que você imagina e em cada uma estive absolutamente apaixonada.”

Ela não entendeu, e continuou com a testa enrugada de braços cruzados :

“Nossa, não esperava isso de você. Voce sempre foi tão certinha.!”

“E não sou mais certa porque não respondi  o que você precisava ouvir para ter forças e não trair …Me poupe!” Queria ter respondido assim, mas não podia. O melhor da Língua Portuguesa é que se a pessoa não sabe se expressar claramente, você pode extrair dela segredos inimagin áveis!

“ Amei cada momento, não consigo nem me sentir culpada, como quando me apaixonei por aquela musicas ! Sabe, não sei  viver sem estar apaixonada, sou completamente passional, sangue quente…”

Quanto mais eu falava, mais ela se injuriava, e chegou num ponto em que diante de mim estava uma divindade santa e ecumênica pronta a me condenar ao tormento eterno, então achei melhor  esclarecer as coisas:

“ Por que me perguntou? Tá confusa?”

“Claro que não!!! Jamais…Sou feliz no meu casamento, não sinto falta de homem não!”

“ Ahhhhhh você estava falando de homem? Propriamente dito? Homens não tive outros, pensei que falava de amor, de vida !”

Ela bufou e riu. 

“Que susto!”

“Ou que inveja, né!Você perguntou muito vagamente.”

Caímos na gargalhada.

Sapatosssssssss

Posted in Uncategorized on Março 17, 2010 by sterika

Bem… sou uma mulher como qualquer outra e tenho minhas paixões fúteis, por coisas que “ai ai” me fazem suspirar. Amo bolsas e sapatos. Mesmo que não use todos, fico olhando pra eles e pensando que por algum momento posso me dar ao luxo de ter pés de Cinderela. Assim, como não tenho muita paciência de ir as lojas, fico aqui na net, lambendo o monitor, vendo as tendências e resolvi postar, partilhar com alguém as coisas que mais gostei.

SAPATILHAS: Tudo de bom, e pelo jeito continuam em alta. Confortáveis e modernas…quanto mais autentica melhor!

Os Booties são uma febre pelas ruas de Paris (como se eu andasse por elas kkkkkkkk) pelo que vi nos blogs por aí, são lindos e dão um visual sexy, mas muito cuidado ao usá-los, saiba andar com eles se não acabou a chiqueza.

BOTAS !! Eu adoro botas !  E no inverno não tem como não ousar  um visual hípico ou country! Estava procurando uma pra mim sabe, mas a que eu gostei estava 359,00 reais ,  triste fim não é ! Ai se eu não tivesse boca pra sustentar!!!

As galochas são uma gracinha, coloridas e bem quentinhas, mas acho que uma pessoa pra usá–las tem que ter muita noção de combinações e estilo, eu temo pareceer meu vô quando lavava o quintal, mas se não der a de coouro, vai esta que custa uns 150 reais . Enfim o mais importante é o conforto, nada de comprar porque é bonito, eu sei bem esta sensação,  quando experimento aquelas sandálias bem altas, nossa fica lindo….Mas mal consigo dar uns passos, daí nao dá, usar uma vez só e jogar no armário não se faz mais. Conforto é tudo!

Espero que seja útil pra alguém e quem sabe eu ouse postar mais umas coisas, sobre as coisas que ando vendo por aí!!!

Acabou a luz!

Posted in Uncategorized on Março 5, 2010 by sterika

Maldito mundo moderno! Estamos condenados a viver em função das mordomias dele,  condicionados a se comportar como manda a sociedade moderna. Acho que vou revolucionar, criar uma destas comunidades ( não do Orkut) que vivem com poucos recursos, resistindo as tecnologias. Assim me sentiria menos idiota.

Acabou a luz, não me preocupei era de dia , quase hora do almoço. Meu filhote que estava bem confortável assistindo seu desenho favorito,  dá um pulo .  Tenta ligar a TV e como não tem sucesso avista a cachorra e vai lá atormentar a pobrezinha. Eu abro a janela e penso…”Será que paguei a conta!” , mas na avenida toda estava sem luz. “Ufa!!”. Mas o que fazer sem luz, a máquina de lavar roupa parou, o computador parou, até o telefone !!!! Fui então terminar o almoço, hummm ligo o gás e aperto o botão… Sem luz! Definitivamente nada funciona. Vasculhei tudo e nada de  fósforo, a esta altura meu filhote já estava embaixo da mesa brincando, a cachorra latindo, uma folia louca ! Peguei ele e fui até a padaria, tinha muita gente na rua, pessoal conversando, observando, brincando, cheguei na padaria e pensei “ Vou comprar mais umas coisas pra não ter que voltar aqui” , pão, bolo, biscoito, frio e lá vai coisa e lógico fósforo ! A moça da padaria adivinhou “É pro fogão, né !” . Ao chegar no caixa, eu mais do que naturalmente tiro meu cartão e digo “E no debito, por favor!”. Ela riu,  e eu ri de volta, daí ela me mostra a maquina, e eu digo “Isto! no debito”, mas NÂO TEM LUZ. Vou devolver tudo, porém preciso do fósforo e não sei o que fazer, daí a moça diz “ Leva, depois a senhora vem aqui pagar!”, não sei se fiquei mais furiosa com a palavra “senhora” ou comigo mesma por ser tão irracional.

Cheguei em casa e acendi a luz. Daí lembrei que não tinha luz e apaguei, e depois fiquei sem sabe se estava acesa ou apagada, enfim, não sei viver sem luz! Fui pro fogão e disse pro filhote “ Pelo menos vai ter comida nesta casa!”  O fósforo apagava antes de chegar no fogão. Daí o gás se espalhou e quando consegui acender fez uma chama enorme que quase me matou de susto. Patética cena, patética vida.  Fiz um miojo  porque tudo estava congelado e eu só sei descongelar no microondas.  Comemos e meu filho saiu do colo e foi correndo brincar na sala, feliz da vida. Imaginei que quanto mais dependentes somos, mais infeliz é a vida…Como seria a vida sem nada disto? Como era antes?

Fui brincar no tapete com ele, demos muitas risadas e descobri uma verdade sem igual preciso ter um acendedor de fogão, um lugar pra viver  e uma vida mais simples, além de ter que pagar minha dívida na padaria.

Me dá um amendoimmmm

Posted in Uncategorized on Fevereiro 12, 2010 by sterika

Gosto de filmes, gostava acho, porque faz tempo que não assisto um tranquilamente. Mas dos que assisti sempre guardo cenas ou frases…Hoje passei o dia pensando no filme Demolidor, naquela parte em que  o vilão que atira cartas está no avião e do lado dele uma velhinha. Ela não para de falar, e ele vai se irritando, irritando, até que ele pega um amendoim e acerta no banco e vai direto pra garganta dela, e enfim silêncio!

Hoje foi um dia esquisito, passei o dia com alguém que eu amo, mas que de repente só quis reclamar, alguém que eu pensei que pudesse contar, mas que infelizmente é farinha de um saco vencido e podre.  O sol incomoda, o trânsito irrita, os motoqueiros atiçam a irracionalidade, mas existia tudo isto antes e não era assim. A fila que é muito grande, o farol que fecha, a chuva fora de hora…até o lanche foi um fiasco, tudo porque na essencia o interesse era meu.

Queria tanto calar aquela boca, que reclama do que não deve, que se gaba do que não tem e conta com aquilo que não conquistou. Se tivesse um amendoim !! Agora fico aqui tirando minhas conclusoes depreciosas, penso em como Deus se sente quando a gente reclama de tudo e Ele pensa “Hei estou aqui, poxa!”

Quem me dera um saco de amendoim (por que minha mira não é das melhores)!  E o que mais me aterroriza é que por instantes compreendi o que minha mãe vivia dizendo lá em casa “prefiro pedir ajuda pro vizinho!”

Ps: Um desabafo !

Uma professora em crise num momento difícil- Parte I

Posted in Uncategorized on Fevereiro 4, 2010 by sterika

Hoje lembrei do meu ofício, sou professora, digo isto porque estive numa atribuição e não é fácil este momento. Queria estar ansiosa pelas aulas, mas não estou. Queria ficar olhando as listas e falando dos alunos, mas não fiquei. Queria mesmo, acreditar que as coisas podem se modificar, mas não acredito.

Saí de lá pensando que eu devia ter sido professora na época  em que os alunos se  levantavam em reverencia  quando se entrava na sala de aula, que paraíso….Um lugar onde eu pudesse falar sem ser interrompida, pudesse expor os enigmas da Língua Portuguesa, sem ter que gritar, parar para implorar que se desligue o celular, o mp3, guardar as revistas e etc…

 Imagine uma palmatória na minha mesa, huahauhauhauahauhau !! Viajo neste sonho psicodélico, um lugar onde cartazes podem ser colados, sem que sejam rasgados, pixados, jogados no lixo… Um imenso oásis de entusiasmo em aprender porque se tem um objetivo, uma vida pela frente e no fim ver meus alunos ser tornarem médicos, advogados,  ou até mesmo qualquer tipo de profissional honesto. Minha ilha da fantasia!!

Lembrando-me do meu ofício, relembrei os momentos bizarros pelas quais passei e que me fizeram entender o porquê  da paroxetina, litium, risperidona e etc:

  • Primeiro dia de aula no estado:

“ Subi as escadas pensando, “tenho que me aproximar da realidade dos alunos”, então seria melhor estar vestida com uma calça larga, corrente grossa no pescoço, um lenço na cabeça, e um tênis enorme com cadarços coloridos, assim poderia impor respeito, aqui é um território de ninguém, a lei é outra. Entrei na sala me sentindo o pequeno polegar, a trilha sonora era um rap, cada batida nas mesas era como uma pancada na minha cabeça, piscava no ritmo,tremia no ritmo… As mãos na coreografia eram em forma de uma arma e a canção era algo como ….Uma hk! Que coincidentemente apontavam pra mim !! Tentei invocar o espírito do “Ao mestre com carinho”, “ O clube do imperador” e etc., mas nada veio em mente. Como eu ia falar ali? Será que por favor funciona? Um gesto como o de Jô Soares para parar a banda? Enfim coloquei minhas coisas na mesa, escondi o Cd de MPB que trouxe, acho que não funcionaria naquele momento. Tirei o nó na garganta e gritei: “ PessoaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaLL!!” Uma vez, duas vezes, três vezes. Até que uma voz rompeu o ritmo da música : “Aê Fessora curte racionais?”- Pausa pro meu pensamento: Racionais ?? Não curto?!, Não sei uma musica se quer, não sei nem quem são? Nunca vi foto nenhuma!  – Desconversei, escrevi meu nome na lousa e pedi silêncio . A música parou, mas a atenção não era pra mim, uma pergunta rompe as risadas de um grupo que estava no fundo: “Fessora , vai dá visto ?”- Pausa: Visto?? O que seria isto?- Porque se vc num vai dá visto nem vo copiá!” – Ah tá visto, uma rubrica em cada caderno, se não ninguém copia a lição! Meu Deus!!!!!!

Bem sobrevivi, e descobri  um talento natural jamais exercido até em então, em meus dez anos de magistério, fazer paredes entenderem gramática, não é fácil eu admito, mas as paredes parecem tão imóveis e fixas que acabo me afeiçoando.”